18 de março de 2012

Mudança de significado


Apesar de não falar, inicialmente, sobre a qualidade dos produtos vendidos pela indústria mundial, a expressão “obsolescência programada” começou a ganhar um novo significado no fim da década de 50: mercadoria estipulada para apresentar defeito ou se tornar obsoleta pouco tempo depois de ser vendida.

O novo significado se tornou tão popular que, no começo da década de 60, a Volkswagen fez questão de anunciar, em suas peças publicitárias, que a empresa não acreditava no conceito de obsolescência programada e que seus carros eram feitos para durar. Apesar da mensagem positiva, dirigentes da empresa ficaram com medo de a nova propaganda passar a impressão de que os novos modelos não apresentavam novidades para o consumidor.
Ainda em 1960, o crítico cultural Vance Packard publicou o livro “Waste Makers”, que abordava a questão da nova estratégia da indústria. No volume, Packard dividiu a prática em duas categorias: obsolescência de desejo e de função. A primeira, também chamada de “obsolescência psicológica”, se refere à tentativa de marketing de vender um novo produto que não traz mudanças significativas, mas que possui um novo visual ou estilo. Já a obsolescência de função diz respeito a novos recursos e mudanças intrínsecas do produto.

Temas mais Vistos